domingo, 6 de dezembro de 2009

Percepção Cromática


Cores primárias:são mais facilmente decodificadas pelo cérebro, portanto agradam mais às crianças e ao público menos intelectualizado.

Cores vibrantes: provocam reações mais impulsivas e emocionais logo agradam mais a jovens e adolescentes.

Cores secundárias, terciárias e tonalidades:preferidas por adultos e pelo público mais intelectualizado, por promoverem arranjos cromáticos mais inusitados e sofisticados .

Cores neutras e escalas tonais:mais escolhidas pelos idosos por não proporcionarem contraste extremado e transmitirem a sensação de tranqüilidade.


Percepção é global e baseada em padrões e regras
∙ Princípios:
- Totalidade
- Isomorfismo (experiência consciente e atividade cerebral)
∙ Regras:
- Lei do fechamento
- Lei da Similaridade
- Lei da Proximidade
- Lei da Simetria
- Lei da Continuidade

A teoria Gestalt

A Psicologia da forma, Psicologia da Gestalt, Gestaltismo ou simplesmente Gestalt é uma teoria da psicologia que considera os fenómenos psicológicos como um conjunto autônomo, indivisível e articulado na sua configuração, organização e lei interna. A teoria foi criada pelos psicólogos alemães Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1940), nos princípios do século XX. Funda-se na ideia de que o todo é mais do que a simples soma de suas partes. O termo Gestalt, em português, significa forma ou configuração, porém não muito utilizado em Psicologia por não condizer com seu significado nesta área especificamente. A Teoria da Gestalt estuda a percepção e a sensação do movimento, os processos psicológicos envolvidos diante de um estímulo e como este é percebido pelo sujeito.

Percepção Visual

Percepção visual, no sentido da psicologia e das ciências cognitivas é uma de várias formas de percepção associadas aos sentidos. É o produto final da visão consistindo na habilidade de detectar a luz e interpretar (ver) as consequências do estímulo luminoso, do ponto de vista estético e lógico. Na estética, entende-se por percepção visual um conhecimento teórico, descritivo, relacionado à forma e suas expressões sensoriais. Um tipo de talento, uma característica desenvolvida como uma habilidade de um escultor ou pintor que diferencia os pontos relevantes e não-relevantes de sua obra. Para que depois de pronta - em uma análise mais detalhada - possa explicar os atributos ali contidos. O Sistema Óptico Ocular é formado por um complexo esquema fisiológico o qual permite interpretar não somente a sensação de Cor, mas também a profundidade, textura, movimento etc. O qual é formado basicamente pelos globos oculares (olhos), nervos ópticos, corpos geniculares laterais e as áreas de visões.

Artes visuais- função e mensagem


Na teoria da comunicação, a mensagem é a manifestação física da informação produzida por uma fonte de informação e que se destina a alguém. Na prática, todo o texto escrito que se envia a alguém ilustra uma mensagem, concebida como uma um conjunto organizado de signos linguísticos.
O símbolo binário, ou seja dois, constitui-se como uma unidade de informação ~conhecida como bit, que é um acrónimo da expressão inglesa binary digit, ou seja, dígito binário, e traduz a menor unidade de informação que um computador pode usar. A linguagem humana é no total bem organizada e mais complexa do que a que é utilizada nos computadores na transferência de informação ordenada sob a forma de mensagem.
A teoria da comunicação ignora o significado intrínseco da mensagem, pois o que avalia nesse processo de transmissão é uma forma de comunicação e não um contéudo interpretável.

Elementos básicos da comunicação visual (ponto, linha, textura, plano, ritmo...)

O elemento básico Cor possui as cores neutras preto e branco que reflectem melancolia musical, a obscuridade e solidão que a música demonstra e até o seu ritmo sereno e tranquilo. A cor vermelha, além de fazer a analogia com o título musical (Kiss From a Rose – rosa, cor vermelha), representa o ponto mais forte, no auge da música, a liberdade e o calor entre a melancolia. Em relação á Linha, toma várias formas, com intuito de indicar várias acções. Geralmente são representadas por linhas rectas, contínuas revelam a ideia de continuidade, de invariável. Representam triângulos e rectângulos. No interior das “calotas de gelo” optou-se por uma linha mais grossa para dar a ideia de textura, simbolizando a transição de timbres baixos para timbres altos e mais fortes. O elemento básico Ponto é usado nas “pétalas”, onde estão vários consagrados num, sem dar importância á forma, querendo um movimento disperso, abstracto e propagador. A cor é um factor importante no ponto, porque lhe confere a personalidade desejada. Quanto ao elemento básico Movimento, está presente ao longo da interpretação musical, nas linhas e formas, nas “pétalas” que propagadas pela interpretação dão a ideia de estarem a esvoaçar. No caso da Dimensão difere na largura das formas rectangulares simbolizando os tons mais longos e tons mais curtos, dando um certo movimento á interpretação visual.

Anatomia da mensagem visual


Expressamos e recebemos mensagens visuais em três níveis: o representacional – aquilo que vemos e identificamos com base no meio ambiente e na experiência; o abstracto – a qualidade cinestésica de um fato visual reduzido a seus componentes visuais básicos e elementares, enfatizando os meios mais directos, emocionais e mesmo primitivos da criação de mensagens; e o simbólico – o vasto universo de sistemas de símbolos codificados que o homem criou arbitrariamente e ao qual atribuiu significados.

Uma reflexão da mensagem visual pressupõe uma breve análise sobre a correspondência com as funções comunicativas originadas pelos elementos do esquema comunicacional – destinador (emissor), mensagem, contexto, contacto, código e destinatário (receptor). (Modelo de JAKOBSON – 1960).
Em FISKE (ibid, p. 55-57), a partir do modelo referido de JAKOBSON, essas funções são assim definidas:
Função referencial – estabelece a relação entre objecto e a mensagem
Função emotiva ou expressiva – descreve a relação da mensagem com o emissor. Tem por objectivo comunicar as emoções, as atitudes, o estatuto, a classe do emissor.

Introdução ao alfabeto visual

A comunicação por meio de imagens e elementos visuais relacionados é denominada "comunicação visual". Os humanos empregam-na desde o amanhecer dos tempos. Na realidade, ela é predadora de todas as linguagens escritas. Chamamos alfabetização visual à sensibilidade à forma como as imagens são utilizadas e manipuladas para conter mensagens precisas e reunirem informação. Na sua forma mais básica, a alfabetização visual é a capacidade de entender o que está a ser visto numa imagem, incluindo certas convenções tais como perspectiva e profundidade. A níveis superiores, no entanto, a alfabetização visual incluí o entendimento da manipulação visual e apreciação estética dos meios visuais e de comunicação. O impacto de imagens sobre o consciente e o inconsciente é reconhecido como sendo muito grande. Um criador multimédia tem de aprender como usar este impacto para o melhor efeito.

sábado, 5 de dezembro de 2009

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O cinema expressionista alemão



O expressionismo alemão é uma cultura de crise, reflexo do profundo desalento espiritual gestado nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial. A face da morte, estampada nos rostos de milhões de jovens precocemente ceifados, despertou os sentimentos de terror, misticismo e magia, adormecidos nas mais recônditas paragens da alma alemã. A certeza positiva dos sonhos de glória do imperialismo germânico cedeu espaço à sombra da derrota, da humilhação e do desespero. O renascimento do horror foi, pois, o fermento ideal para o surgimento do espírito expressionista, fim de todas as ilusões de poder alimentadas pela lucidez delirante da Era Bismarckeana. Povoado de incertezas e sombras, surgia, inclemente, um novo mundo, e o movimento expressionista, apoteose do indistinto e do vago, se transformaria na estética perfeita para esta realidade atroz.
Como adverte a escritora alemã Lotte H. Eisner, a principal historiadora do cinema alemão, "não é uma tarefa fácil penetrar na fraseologia expressionista alemã". Joga-se com expressões vagas, forjam-se cadeias de palavras combinadas ao acaso, procura-se o significado "metafísico" das palavras, inventam-se alegorias místicas, desprovidas de lógica e sentido, que são virtualmente intraduzíveis. Esta linguagem, carregada de símbolos, insinuações e metáforas permanece propositalmente obscura, sendo de acesso sumamente difícil para as línguas e mentalidades latinas. Pode-se afirmar, portanto, que aqueles que não estão familiarizados com o idioma alemão, compreenderão melhor expressionismo através da música, das artes plásticas e do cinema. A tradução cinematográfica da alma e da estética do expressionismo germânico é o objetivo deste trabalho. Antes, todavia, é preciso examinar em que consiste a fenomenologia expressionista.
O expressionismo, declara o teórico alemão Kasimir Edschmid, reage contra o "estilhaçamento atômico" do impressionismo, que reflete as cintilações equívocas da natureza e seus matizes efêmeros; luta, ao mesmo tempo, contra o naturalismo e seu objetivo mesquinho: fotografar a natureza ou a vida cotidiana. A reprodução da realidade tal como ela existe é inútil e desnecessária, e talvez tenha se tornado impossível.
O expressionista já não vê, mas tem "visões". Ou seja, a realidade não é mais contemplada segundo os dados dos sentidos, mas o homem consegue tão somente projetar "visões" subjetivas e interiorizantes do Real. Segundo Edschmid, a cadeia de fatos já não mais existe, existindo tão somente a visão interior que provocam. É preciso aprofundar sua essência, discernir o que há além de sua forma acidental. É o artista que, trespassando-os, se apodera da forma real que há por trás deles, e permite o conhecimento de sua essência verdadeira. O artista expressionista procurar, em lugar de um efeito passageiro, o significado eterno dos fatos e objetos. Devemos - dizem os expressionistas -, nos desligar da natureza e tentar resgatar a "expressão mais expressiva de um objeto", pois somente assim sua aura visível pode ser atravessada.
A vida humana, destaca Edschmid, ultrapassa o indivíduo e participa da vida do universo. Nosso coração bate no mesmo ritmo do cosmos. Na dinâmica do expressionismo, o homem deixa de ser um elemento ligado a uma moral, a uma obrigação social, a uma família, a uma moral religiosa, a uma sociedade. A vida do expressionista escapa à lógica financeira do burguês e à força das causalidades. Livre de todo o mesquinho remorso burguês, não admitindo senão o livre jogo de sua sensibilidade, ele se abandona a seus impulsos. A imagem do mundo se reflete no expressionista em sua pureza primitiva, a realidade é subjetiva e existe apenas em nós. O expressionismo significa um subjetivismo levado a extremos, a afirmação de um Eu totalitário e absoluto, que forja o mundo a sua imagem e semelhança.

O Cinema Americano e as novas narrativas (Griffith e Porter)



D.M. Griffith
David Llewelyn Wark Griffith, geralmente conhecido por D.W. Griffith , era um director estadunidense. É mais conhecido pelo seu controverso filme "O nascimento de uma nação".
Começou sua carreira como um próspero dramaturgo mas não conseguiu sucesso. Depois se tornou actor. Encontrando seu caminho no cinema, em pouco tempo dirigia um grande corpo de trabalho.
A sua nova empresa tornou-se um parceiro autónomo de produção na Triangle Pictures Corporation com os Keyston Studios e Thomas Ince. Através do David W. Griffith Corp, ele produziu "O nascimento de uma nação" (1915).
O Nascimento de Uma Nação foi extremamente popular mas expressava a visão racista da época. A parceria terminou em 1917, então Griffith foi para a ArtCraft, depois para a First nacional (1919-1920). Ao mesmo tempo fundou a United Artists, junto com Charles Chaplin, Mary Pickford e Douglas Fairbanks.
Na primeira viagem de Griffith para a California, ele e sua empresa descobriram uma pequena vila para filmar. Esse lugar era conhecido como Hollywood. Com isso, American Mutoscope and Biograph Company foi a primeira empresa a filmar em Hollywood: In Old California (1910).
Apesar da United Artists ter sobrevivido como empresa, a ligação de Griffith com ela foi curta, e apesar de alguns de seus filmes posteriores serem bons, ele nunca mais conseguiu sucesso comercial.
Griffith fez apenas dois filmes com som, Abrham Linclon (1930) e The Struggle (1931). Nenhum foi bem sucedido e ele nunca mais fez filmes. Embora não tenha tido grande sucesso Griffith foi considerado o pai da gramática cinematográfico.
Michael Porter
As cinco forças de Porter
O modelo das Cinco Forças de Porter foi concebido por Michael Porter em 1979 e destina-se à análise da competição entre empresas. Considera cinco factores, as "forças" competitivas, que devem ser estudados para que se possa desenvolver uma estratégia empresarial eficiente. Porter refere-se a essas forças como micro ambiente, em contraste com o termo mais geral macro ambiente. Utilizam dessas forças em uma empresa que afecta a sua capacidade para servir os seus clientes e obter lucros. Uma mudança em qualquer uma das forças normalmente requer uma nova pesquisa (análise) para reavaliar o mercado.
Porter avalia que a estratégia competitiva de uma empresa deve aparecer a partir da abrangência das regras da concorrência que definem a atractividade de uma indústria.
As cinco forças são:
· - Rivalidade entre os concorrentes
· - Poder Negocial dos clientes
· - Poder Negocial dos fornecedores
· - Ameaça de Entrada de Novos Concorrentes
· - Ameaça de produtos substitutos


Pathé e Gaumont, a industria cinematográfica


Inicialmente, em 1896, Pathé tinha quatro irmãos que reuniriam as suas economias (8.000 francos cada) para criar uma empresa para a venda de fonógrafos. Dois dos irmãos abandonaram esta parceria, pois agora seriam só dois irmãos, Charles e Emile Pathé, que iram promover o que se tornou a maior empresa de fonografia e o mundo do cinema. O principal arquitecto do sucesso do negócio do filme é Charles Pathé, pois tinha ajudado a abrir uma loja de gramofones em 1894 e, posteriormente, estabeleceu uma fábrica na vitrola. O seu sucesso industrial começou, quando ele viu as oportunidades oferecidas pelo novo entretenimento e, sobretudo pela indústria cinematográfica. Tendo tomado a decisão de expandir a sua actividade no fabrico de equipamento para cinema, Charles Pathé, com o cargo de preside o crescimento deu-se rapidamente, crescendo bastante a sua empresa. Ele recebeu o apoio decisivo do investidor, Grivolas, que irá fornecer capital de um milhão de francos, o que permitirá a expansão da empresa. Gaumont Film Company, é uma empresa de produção de cinema francês fundado em 1895 pelo engenheiro que virou inventor, Léon Gaumont (1864-1946). É a empresa de cinema mais antigo em funcionamento no mundo. Originalmente negociação de aparelhos fotográficos, a empresa começou a produzir curtas-metragens em 1897 para promover a sua marca de câmera-projetor. A empresa fabricou o seu próprio equipamento e filmes produzidos em massa até 1907.

Edison e o princípio do cinema sonoro

O Som no cinema
Um dos inventos que tornaram possivel o advento do cinema sonoro foi uma das invenções de Landell de Moura: O telefone sem fio, (patente 775.337 - 22/11/1904 -U.S.Patent Office) que transformava as variações de freqüencia e amplitude do sinal de audio em variações de intensidade de luz na mesma cadência. Óbviamente que desde logo se pensou em registrar essas variações de intensidade de luz fotograficamente, para posterior reprodução.Como se pode verificar ao longo da história do registro de som em filme, muitos técnicos, engenheiros e cientistas estiveram envolvidos nisto e uma análise mais acurada demonstra a importância do invento de Landell de Moura.
Na projeção de um filme de 35 mm um dos maiores desafios é a exigência para fixar a imagem durante a fase de exposição e alcançar uma velocidade uniforme durante a leitura ótica dos sons gravados na trilha sonora, que é uma sucessão de variações no tom cinza até o negro, cuja frequência de variação segue fielmente o som gravado originalmente.
Na primeira figura acima vemos uma representação esquemática de um projetor sonoro de filmes.O filme move-se de um carretel para o outro, sendo a taxa de exposição dos quadros de 24 por segundo. Toda a parte mecânica da máquina deve prover meios para que a velocidade de leitura da trilha sonora seja uniforme. Há 18 frames entre a exposição do filme para a visada da luz de projeção e o lugar onde o som é lido. O Som está adiantado da imagem 1 segundo ou seja de 24 a 25 fotogramas. O film de 35 mm anda a 90 pés por minuto e o de 16 anda a 36 pés por minuto.
Vamos nos ater aqui como o som é gravado fotoeletricamente e como é reproduzido. Esta interessante aplicação tem a ver com a evolução dos inventos Photophone de Bell e o posterior melhoramente de Landell de Moura (1861/1928) com o Telefone Sem Fio e naturalmente como já dissemos com a contribuição de muitos outros cientistas, como veremos através da cronologia dos eventos. É a utilização da idéia de transmitir o som através da luz, cuja intensidade e freqüencia é passível de ser registrada fotográficamente.

O Cinema Fantástico de Mélies

Georges Méliès nasceu na França e passou parte da sua juventude desenvolvendo números de mágica e truques de ilusionismo. Depois de assistir a primeira apresentação dos Lumière, decide-se pelo cinema, transformando-o de curiosidade em entretenimento. Realizava uma nova forma de espetáculo, porém ligada à tradição teatral, a câmera ficava sempre a uma distância convencional da cena representada, como num teatro um espectador se conserva sempre a mesma distância do palco.Não foi Méliès que inventou a ficção, mas foi ele que inventou o cinema fantástico, antes dele um filme simplesmente recriava algo que poderia acontecer na vida real. Por isso é considerado o pai da arte no cinema.Pioneiro na utilização de figurinos, atores, cenários e maquiadores, opõe-se ao estilo documentarista. Desenvolveu diversas técnicas: fusão, exposição múltipla, uso de maquetes e truques ópticos, sendo assim precursor dos efeitos especiais
 
Realizou:
A Danação de Fausto (1898),
O Homem de Quatro Cabeças (1898),
Cinderela (1899),
Viagem a Lua (1902),
Viagens de Guliver (1902),
A Coroação de Eduardo VII (1902) – realizado antes da coroação,
Mil e Uma Noites (1905),
Vinte Mil Léguas Submarinas (1907),
Os Delírios do Barão Münchausen (1911) ,
A Conquista do Pólo (1912).
Hoje Méliès é considerado um dos inventores do cinema e da linguagem ilusionista, mas era criticado pelos especialistas que diziam que suas tramas eram mera desculpa para o uso de efeitos especiais. Em 1915, Méliès fechou seu estúdio e desistindo do cinema, pois não existia mercado suficiente para sustentar seus filmes caros, teatrais e baseados em trucagens mirabolantes.

domingo, 18 de outubro de 2009

Cinema Documental




O documentário ocupa uma posição ambígua na história e teoriado cinema. Pertence a uma grande categoria designada por não-ficção, daqual também fazem parte a reportagem, o filme institucional, etc.
O documentário demarca-se da ficção por pretender de uma maneira própria oferecer um acesso ao nosso mundo. Mas, ao contrário de outros registos de não-ficção que fazem, por exemplo, um tratamento informativo ou promocional da realidade, o documentário tem como motivação fazer um tratamento criativo da realidade. Embora em alguns momentos da sua história o documentário tenha optado por determinados recursos cinematográficos (câmara ao ombro, não direcção de actores, etc.) em detrimento de outros, de modo a garantir a autenticidade do representado, nada impediu, nesses mesmos momentos, interessantes cruzamentos com os recursos da ficção.

Os irmãos Lumiére e a primeira projecção pública




Fig.1- Irmãos Lumiére







Auguste Marie Louis Nicholas Lumière (Besançon, 19 de outubro de 1862 — Lyon, 10 de abril de 1954) e Louis Jean Lumière (Besançon, 5 de outubro de 1864 — Bandol, 6 de junho de 1948), os irmãos Lumière, foram os inventores do cinematógrafo (cinématographe), sendo frequentemente referidos como os pais do cinema.


ão considerados os fundadores da Sétima Arte junto com Georges Méliès, também francês, este tido como o pai do cinema de ficção. Louis e Auguste eram ambos engenheiros. Auguste ocupava-se da gerência da fábrica, fundada pelo pai. Dedicar-se-iam à actividade cinematográfica produzindo alguns documentários curtos, destinados à promoção do invento, embora acreditassem que o cinematógrafo fosse apenas um instrumento científico sem futuro comercial.


O cinema de hoje em dia é possível graças à invenção do cinematógrafo, pelos Irmãos Lumière no final do século XIX. A 28 de Dezembro de 1895, em Paris, eles realizaram a primeira exibição pública de um filme, em um café, cobrando pelas entradas. As duas peças exibidas, que duravam poucos minutos, já que os rolos de película eram curtos, chamavam-se "A saída dos operários da Fábrica Lumière" e "A chegada do comboio à Estação Ciotat", cujos títulos exprimem bem o conteúdo. Apesar de também existirem registros atribuídos a outros realizadores, o que torna essa data controversa, ela é aceita pela maioria da literatura.




Muybridge e o advento do início do Cinema {Caleidoscópio e Zootropio)

Fig.1- Caleidoscópio


Fig.2- Zootrópio


Um caleidoscópio ou calidoscópio é um aparelho óptico formado por um pequeno tubo de cartão ou de metal, com pequenos fragmentos de vidro colorido, que, através do reflexo da luz exterior em pequenos espelhos inclinados, apresentam, a cada movimento, combinações variadas e agradáveis de efeito visual.
O nome "caleidoscópio" deriva das palavras gregas καλός (kalos), "belo, bonito", είδος (eidos), "imagem, figura", e σκοπέω (scopeο), "olhar (para), observar".

Zootropo (também conhecido como Zootrópio), do grego zoe (vida) e trope (girar), também denominado zoetrope ou daedelum, máquina estroboscópica criada em 1834 por William George Horner, composta por um tambor circular com uns cortes, através dos quais o espectador olha para que os desenhos dispostos em tiras sobre o tambor, ao girar, pareçam em movimiento.
Foi um jogo muito popular na época e um dos avanços até a aparição do cinema criado na primeira metade do século XIX.


George Eastman e a democratização e industrialização da fotografia com a Kodak


Fig.1- George Eastman

Mas George Eastman desenvolve a primeira câmera portátil – a KODAK – vendida com um filme em rolo de papel suficiente para tirar 100 fotografias. Agora, disponível a qualquer um, tornou a fotografia mais barata, pois a máquina da Kodak usa filme de rolo com uma base de papel, coberta com uma emulsão fotossensível.
Um rolo de filme tem a capacidade de 100 quadros circulares com um 2 1/4 de diâmetro. Terminado o rolo, o cliente manda a câmera inteira para a empresa Eastman, que revela o filme e faz as cópias, devolvendo o aparelho com um novo rolo de filme.
A simplicidade da câmera Kodak é responsável pela popularização da fotografia amadora. No ano seguinte, Eastman substitui o filme de papel por um de plástico transparente à base de nitrocelulose.
Não fosse por ele... como teria sido a história da fotografia? Ou melhor dizendo, por conta indireta dele, tenho muitas fotografias com girafas em minha coleção, todas tiradas "simplesmente" por pessoas comuns...

A invenção de Maddox da emulsão fotossensível gelatinosa (rolo)




Foi um médico inglês, Richard Maddox, que, em 1871, experimentou ao em vez de colódio, uma suspensão de nitrato de prata em gelatina de secagem rápida. A gelatina, de origem animal, não só conservava a emulsão fotográfica para uso após a secagem como também aumentava drasticamente a sensibilidade dos haletos de prata, tornando a fotografia, finalmente, instantânea. Era um processo extremamente barato (pois gelatina pode ser obtida de restos de ossos e cartilagens animais) e, ao substituir o colódio, ficou conhecida como chapa seca.
O último capítulo relevante do desenvolvimento e aperfeiçoamento dos processos fotográficos deu-se com um inglês, chamado George Eastman. Aborrecido com o lento e trabalhoso processo de preparar as chapas e usá-las imediatamente, Eastman leu um artigo sobre a emulsão gelatinosa e interessou-se por ela, a ponto de começar a fabricá- la em série. Mas, não dado por satisfeito, ainda achava complicado o processo de estocagem das chapas de vidro (além de pesadas, partiam-se com facilidade) e imaginou que poderia tornar a fotografia muito mais prática e eficiente se encontrasse uma maneira de simplificar o processo todo. Aliando a tecnologia da emulsão com brometo de prata (mais propícia para fazer negativos, e, consequentemente, cópias) com a rapidez de sensibilidade já existente na suspensão com gelatina e a transparência do vidro, Eastman substituiu esta última por uma base flexível, igualmente transparente, de nitrocelulose, e emulsionou o primeiro filme em rolo da história, podendo então enrolar o filme, poderia obter várias chapas num único rolo, e construiu uma pequena câmara para utilizar o filme em rolo, que ele chamou de \"Câmara KODAK“, lançada em 1888. Diz-se que o nome provem de uma onomatopeia, o barulho que a câmara fazia ao disparar o obturador. O sucesso do invento tornou todos os processos anteriores completamente obsoletos, relegados apenas a fotógrafos artesãos.

O instantâneo fotográfico de Archer


Fig.1- Archer

Frederick Scott Archer nasceu em 1813 na Grã-Bretanha, dedicado em princípio à gravura e à escultura, cedo acorda o interesse pelo mundo e processo fotográfico do Calótipo. Começa a trabalhar com isso em 1847 para realizar fotografias dos seus desenhos de gravura.
Mais tarde Fredrick Scott Archer, dá a conhecer seu invento que evolucionaria o mundo da fotografia, o Colódion Húmido que era bem mais rápido do que o Daguerreótipo, e com uma grande vantagem com respeito à exposição, esta era bem mais curta.
Desde sua morte em 1857, lhe reconheceram outros inventos fotográficos que ficaram sem patentear, ou que foram por outros em muitas ocasiões, o que explica em grande parte uma possível falta de recursos económicos que Archer tinha ao final de sua vida, para poder levar a cabo suas investigações e descobertas.
A Archer's somente será lembrado, como um "cavaleiro muito discreto, de saúde pobre, com uma esposa enferma e de olhar de anjo".

Ele inventou em 1851 a emulsão de colódio húmida. O processo consistia numa solução de piroxilina em éter e álcool, adicionada com um iodeto solúvel, com certa quantidade de brometo, e cobria uma placa de vidro com o preparado. Na câmara escura, o colódio iodizado, imerso em banho de prata, formava iodeto de prata com excesso de nitrato. Ainda húmida, a placa era exposta à luz na câmara, revelada por imersão em pirogalol com ácido acético e fixada com tios sulfato de sódio. Em 1864, o processo foi aperfeiçoado e passou-se a produzir uma emulsão seca de brometo de prata em colódio.

A evolução da técnica de registo {Daguerre e Talbot) em paralelo aos formatos de câmaras e metodologias de laboratório

Fig.1. Câmara de daguerreotipia

Daguerre, pouco tempo depois da morte de Niépce, encontra a fórmula de impressionar uma placa de cobre coberta por uma fina camada de prata, depois, revelou a imagem latente, com vapor de mercúrio. Para fixação, inicialmente, foi usado sal marinho, posteriormente, usava tiossulfato de sódio que garantia mais durabilidade à imagem. Este processo foi baptizado com o nome de Daguerreótipia.1800-1877 William Henry Fox Talbot, matemático e filólogo Inglês, foi o grande percutor do actual sistema negativo-positivo. Desenvolve um processo dito de "desenho fotogénico" em 1835, descobrindo em paralelo com Daguerre, o segredo da imagem latente. Nesse ano, Talbot construiu uma pequena câmara escura de madeira com 6,30 cm2. A câmara foi carregada com papel de cloreto de prata, e de acordo com a objectiva utilizada, era necessário de meia hora a uma hora de exposição. A imagem negativa era fixada com sal de cozinha e submetida a um contacto com outro papel sensível. Deste modo obtinha-se a cópia positiva.

Niépce e a primeira "heliografia" inalterável da história



Fig.1- Niépce

Ao contrário de seu colega, Niépce era arredo, de poucas falas, compenetrado na invenção de aparelhos técnicos e na ideia de produzir imagens por processos mecânicos através da acção da luz. O apego à produção de imagens começou com a litografia em 1813, curiosamente uma actividade ligada às artes, outra das áreas dominadas por Daguerre, talentoso pintor e desenhista de cenários.
Em 1816, Niépce iniciou os estudos com a heliografia. Só dez anos depois conseguiu chegar à primeira imagem inalterável: uma vista descortinada da janela do sótão de sua casa. Os resultados, porém, não foram nada auspiciosos. Utilizando verniz de asfalto sobre vidro e uma mistura de óleos fixadores, o processo não era muito prático para se popularizar.
As suas experiências podiam ser repetidos sem grandes dificuldades por qualquer pessoa e o resultado era melhor. O primeiro daguerreótipo foi obtido dois anos após a morte de Niépce, mas, sem as suas descobertas, talvez não tivesse acontecido.

O princípio óptico da "câmara escura" e da "lanterna mágica"

Fig.2- A lanterna mágica



Fig.1- A câmara escura.



A câmara escura e a lanterna mágica constituem os antepassados mais longínquos da máquina fotográfica e das modernas máquinas de projectar. A câmara escura deveria já ser conhecida na Antiguidade, mas o seu estudo rigorosamente científico só foi efectuado a partir do século XVI por Leonardo da Vinci , que, nos seus documentos escritos, datados de 1558, efectua a descrição do princípio óptico, referindo mesmo a possibilidade de obtenção de imagens com absoluto rigor de forma e de cor através da sua projecção sobre uma folha de papel branco.




A lanterna mágica só foi inventada no século XVII, constitui o antecessor dos modernos sistemas de projecção (diapositivos e cinema) e era um sistema de projecção de imagens sobre um ecrã branco. As gravuras a projectar eram desenhadas à mão sobre lâminas de vidro.
































Da Arte Rupestre às sombras chinesas, as primeiras formas amplas de comunicação





Fig.1- Representação das vivências da caça, representaram o que caçaram para comer.



Pode-se chamar Arte rupestre, pintura rupestre ou gravura rupestre às mais antigas representações pictóricas conhecidas, as mais antigas datadas do período Paleolítico Superior (40.000 a.C.) gravadas em abrigos ou cavernas ( nas suas paredes e tectos rochosos) ou também em superfícies rochosas ao ar livre, mas em lugares protegidos, normalmente datando épocas pré-históricas.
Prospecções arqueológicas realizadas na Europa, Ásia e África, entre outras, revelam em que meio surgiram entre os primitivos homens caçadores os primeiros artistas, que pintavam, esculpiam e gravavam, demonstrando que o desejo de expressão através das artes é inerente ao ser humano. A cor na pintura já era conhecida pelo Homem de Neandertal.


As sombras chinesas

A tradição oral faz saber que no século II a.C., o imperador chinês Wu-Ti apenas se sentiu consolado com a morte da esposa após contemplar a sua sombra projectada numa tela de linho. Era chamado o jogo das sombras chinesas, que foi difundido na Java e na Índia. Podemos dizer que é um dos precursores do cinema.Talvez os verdadeiros inventores desta manifestação artística tenham sido os homens primitivos, aqueles mesmos que moravam nas cavernas e utilizavam do fogo para fazer as sombras, ficavam entre a fogueira e a parede, e assim conseguiam reproduzir enormes figuras.